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sábado, 27 de março de 2010

TALVEZ POESIA..., 1


Rua das Janelas Verdes*

António Cagica Rapaz

É minha esta rua esguia
Triste e nua,
Mais sombria
Do que a tua,
Lavada em cada manhã
Por um sol de Primavera.
Melhor sorte eu tivera
Se, por acaso, nascera
Na tua rua, não era?
Se, por acaso me deixassem
Ter uma casa daquelas
Onde os meus pais me esperassem
E fossem verdes as janelas...

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* Recolhido no capítulo Talvez em Setembro, Talvez Poesia..., do livro Conversas Com Versos e Com Ventos, de 2008, este poema, seguramente um dos últimos escritos pelo autor, surgiu inicialmente publicado, com ligeiras variantes (que abrangem o próprio título), no blogue Sesimbra e Ventos, no dia 25 de Abril de 2006.

2 comentários:

  1. "Talvez"... disse o autor.
    Com modéstia.
    Mas a poesia acontece apenas para alguns que nasceram com esse dom.
    Não é poeta quem quer...

    Do mesmo livro, "Conversas Com Versos e Com Ventos":

    VERSOS

    Versos de um poeta louco
    Mancharam um papel sujo,
    Fugiram por entre o vento
    E, camuflados na avalanche,
    Espreitaram o mundo.
    Fizeram rir excelências,
    A simpatia sorriu,
    O sonhador aprovou
    E alguém que ninguém viu
    Afastou-se, pouco a pouco,
    Guardando o papel sujo,
    Glória de um poeta louco...

    BOA NOITE, Ó MESTRE!

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  2. A poesia que também está, sempre, presente em qualquer das suas prosas.

    Boa noite, Ó Mestre!

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