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domingo, 6 de março de 2011

CONFRARIA MÍNIMA, 45

as crónicas da Eventos...




Porque é Carnaval* [1.ª parte. A 2.ª parte será aqui publicada na próxima terça-feira]

António Cagica Rapaz

Reflexões

Em Santana, o Joaquim Leite, que mora a dois passos do Fernando Gato, correrá algum perigo?

Será verdade que o Jorge Carapau deixou de passar à porta do Gato?

Dizem que o Gato está proibido de entrar na “Toca do Ratinho”…

O cúmulo seria o pai Gato ter posto ao filho o nome de Jeremias

Sempre bem disposto, bem lhe poderíamos ter chamado António do Porto Alegre

Se o David tivesse nascido em Sesimbra seria na mesma Saloio?

Ao cortar-se com a faca, o amanhador de peixe apercebeu-se de que nunca sentira tamanha dor.

Iam todos com espingardas e caçadeiras, alguns levavam cães. Ele levou um balde com engodo. Para iscar a caçada

O velho de terra franziu a sobranselha e saiu da loja…

Foi há uns bons quarenta anos. Quando o oculista lhe perguntou se queria trocar de armação, respondeu que não senhor, gostava de estar no Burgau...

O Luís Preto, o Castanho, o Encarnadinho e o Branquinho acaso serão filhos da Aurora Boreal?

Maria da Arrábida, Valdemar Laranjeiro, Augusto de Alfarim, Manel Santana, Zé Azóia, tudo gente da nossa terra...

Ingénua, aceitou a sugestão do namorado e acompanhou-o até aquele sítio isolado, em noite de luar. E assim se tornou uma mulher perdida, na serra da Achada...

Ao ruído das motorizadas não há quem escape...

Morreu sem se despedir. Só disse a Deus...

Na tropa tinha de fazer tudo. Era o cabo dos trabalhos…

Pastor procura ovelha ronhosa para cruzar com bode expiatório

Procurou longamente o rasto dos animais. Já desesperava quando se aproximou de um riacho e deu com os burrinhos na água

O abastado lavrador resolveu exibir os seus inúmeros tractores à população da aldeia. Fê-los desfilar sem preocupações de tamanho, cor, ou valor. Não se ralou com isso porque, como dizia, a ordem dos tractores é arbitrária...

Era um médico muito autoritário. Quando lhe perguntei que medicamento devia tomar, gritou-me: "Cálcio". E eu calei-me...

Era um empregado de sapataria muito autoritário. Quando lhe disse que o sapato estava apertado, foi buscar outro, e disse-me: "Calce-o". E eu calei-me...

Se a mágoa magoa, a tábua tá boa?

Participou num concurso de circunstâncias e era das mais "tâncias" que lá apareceram...

Deixou os gladiadores de barriga vazia...

Morre sempre da mesma maneira, estrebucha e estica o pernil...

Quando fazem vendas a bordo, as hospedeiras avíão os passageiros...

Aquilo já era mania. Pôs a filha a fazer limpezas, o filho a angariar seguros, a mulher a vender fruta. Até o carro ele punha a trabalhar...

Ela preferia o horário nocturno, gostava de trabalhar em silêncio. Chamavam-lhe a calada da noite...

Com tanta veia poética, ou sou filho de Pessoa ou soneto de Camões...

Se não são utilizados, os instrumentos desafinam e depreciam-se. Por isso mesmo, Nero, que raramente tocava, deixou desvalorizar a lira...

Invariavelmente, sempre que a discussão filosófica não lhe agrada, muda de tema, fala de futebol, desvia para Kant...

Zangaram-se e ele matou a mulher, esmagando-a sob o guarda-vestidos que a polícia considerou ter sido o móvel do crime...

Andava radiante com o novo relógio, desejoso que lhe perguntassem as horas. E logo respondia:"Duas e um quartzo".

É um presidente que gere bem o clube. Compra jogadores caros e depois obriga o treinador a deixá-los no banco...

A rapariga, quase analfabeta, casara com o padeiro a quem punha os palitos. E escreveu a uma amiga, justificando a sua conduta: o padeiro tinha sempre pãu mole...

Dizem que é preciso comer de forma saudável, legumes, tofu, que só faz bem. Oxalá assim soja!

De uma ponta à outra da mesa só havia pêssegos estragados. Já desesperava quando acabou por encontrar na extrema um são...

Ainda hei-de calar a boca da noite…

Apaixomar.

Salvo euro.

Pleonasmo: PolíCIA.

Eufemismo pelas pernas abaixo.

Converti-me ao Questionismo.


(continua)
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*Publicado no n.º 35 de Sesimbra Eventos, de Fevereiro/Março de 2005.

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