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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

CONFRARIA MÍNIMA, 31

as crónicas da Eventos...






Mar Novo*

António Cagica Rapaz

Quando entrei para a companha da Eventos, já a embarcação navegava com arte e com rota traçada a preceito, buscando em cada lanço, não só o que viesse à rede mas ainda, e sobretudo, o exemplar diferente, o alfaquique insólito, o roaz temível ou o golfinho gracioso. O que vinha à rede, sem surpresa, era aquilo que constitui uma espécie de serviço mínimo comum à generalidade das publicações próximas dos propósitos básicas da Eventos, ou seja, um rosário de informações mais ou menos estereotipadas sobre a vida cultural do concelho.

Ora, o que me seduziu no formato em boa hora escolhido pela Eventos foi a ambição de ir mais longe na afirmação dos valores intelectuais, artísticos, humanitários, históricos; mais fundo na memória, na revelação e na preservação do nosso património cultural, no reconhecimento dos vultos notáveis, das obras admiráveis; mais alto na originalidade dos temas que trata com mesura, com propriedade, é certo, mas também com ousadia, com irreverência, com humor, conforme as circunstâncias.

A nossa Eventos é rigorosa na toponímia, ciosa dos tesouros artísticos, tão orgulhosa dos senhores do intelecto como do camarada dos homens do mar, brinca ao Carnaval, vai atrás do Senhor das Chagas, celebra o mar, cultiva a poesia, sonha, conta as estrelas e ama a nossa terra…
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Publicado no n.º 36 de Sesimbra Eventos, de Fevereiro de 2005, intitulado “Carta de Marear”. Tratou-se de um número especial, destinado a facultar um índice aos leitores da publicação.

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